Um trabalho conjunto

A definição e aprovação da Estratégia Turismo 2027 foi a grande conquista do já mais de ano e meio de presidência do Turismo de Portugal de Luís Araújo. O objectivo é que o sector possa ver um verdadeiro motor económico, ambiental e social do País.

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Cristina Carvalho

 

Portugal já é reconhecido como um dos destinos mais competitivos do mundo em termos turísticos. Mas o Turismo de Portugal quer ir mais além. «Queremos que seja não só um país para visitar, mas um país para se viver ou comprar uma segunda casa, para trabalhar ou montar uma startup, ou para estudar», afirma Luís Araújo, presidente da instituição.  Esta a ser feita uma aposta na projecção de uma imagem  ligada à  valorização dos recursos humanos e das pessoas, de empreendedorismo e de inovação. Para isso é muito importante a formação, dos jovens que querem vir trabalhar para este sector e também dos empresários. E que o Turismo seja visto não como “segunda recurso” mas como uma carreira gratificante, a nível pessoal e financeiro.

 

Qual considera que foi a principal conquista neste ano e meio como presidente do Turismo de Portugal?

Uma grande conquista foi a discussão, aprovação e estabilização daquilo que queremos para o sector, e quais devem ser as suas bases, nos próximos 10 aos:  a Estratégia Turismo 2027. É uma conquista de todos os que contribuíram para isso: Governo, Turismo de Portugal, associações, sector privado…

 

Que bases são essas?

Passa obviamente por um crescimento e uma importância cada vez maior do sector. Mas, e porque acreditamos não só na perspectiva económica, mas também na social e ambiental,  passa também por vermos o Turismo como um dos grandes motores de desenvolvimento do país, não só económico e financeiro, mas um motor que pode ter um efeito de arrastamento e de projecção de uma imagem  ligada à  valorização dos recursos humanos e das pessoas, de empreendedorismo e de inovação.

Os objectivos da Estratégia passam, por exemplo, por crescer para o dobro de dormidas – dos 53 milhões que temos hoje para quase 80 milhões de dormidas por ano –; por mais do que duplicar o total de receitas – hoje temos 12,7 mil milhões de euros mas queremos chegar aos 26 mil milhões. Mas também queremos que 9 em cada 10 empresas do sector tenha preocupações de gestão de resíduos, de água e de energia. E, porque temos cerca de 60% de pessoas que trabalham no Turismo só com o ensino básico, queremos inverter o cenário e passar a ter 60% com ensino secundário ou técnico-profissional. E ainda reduzir a sazonalidade, que é o pior inimigo do emprego.

Outra questão tem a ver com a satisfação dos residentes, principalmente nos grandes centros urbanos. Não podemos ter as pessoas a queixarem-se de que há turistas a mais. Por isso, queremos ainda que, nestes 10 anos, mais de 90% das pessoas que vivem nos centros urbanos reconheçam o turismo como uma actividade fundamental para a sua vida.

Leia a entrevista na íntegra na edição de Setembro da Human Resources Portugal.

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